Familia de Elias
sexta-feira, 28 de dezembro de 2012
sábado, 31 de dezembro de 2011
Análise Textual de I Pedro 2:13 a 3:12
ANÁLISE DE I PEDRO 2:13 A 3:12
A) PROCEDIMENTO CRISTÃO NA VIDA PÚBLICA (2:13-17)
VISÃO GERAL DO TEMA
O cristianismo é essencialmente espiritual. Jesus
disse : "Meu reino não é deste mundo". Entretanto, o cristão não deixa
de ter um corpo físico, nem deixa de ser um cidadão como os demais.
Estamos, ainda, inseridos num contexto terreno, secular. Não podemos nos
alienar em nome de uma espiritualidade equivocada. O Texto em epígrafe
nos ensina isso. O cristão não pode ser omisso em relação às suas
obrigações cívicas. Pelo contrário, deve ser um cidadão da melhor
estirpe, e, assim, ser motivo de glória para o nome do Senhor.
2:13 - Sujeitai-vos a toda instituição humana por causa do Senhor; quer seja ao rei, como soberano.
A sujeição do cristão a Deus não o dispensa da
submissão às autoridades humanas. Tal sujeição não deve ser motivada
pelo medo da punição, mas pelo fato de tal atitude ter sido determinada
pelo Senhor. O versículo é bem claro e abrangente : "a toda
instituição... quer seja ao rei..." Se o texto dissesse apenas
"Sujeitai-vos às instituições humanas", poderíamos querer enumerar uma
série de exceções. Entretanto, não nos é dada essa chance. A única
ressalva que podemos fazer é a seguinte : se a nossa sujeição é por
causa do Senhor, ela deixa de ser necessária quando as determinações
superiores contrariam a vontade de Deus. Resta ainda observar que o tom
do verso é imperativo; é uma ordem.
2:14 - "Quer às autoridades como enviadas por ele, tanto para castigo dos malfeitores, como para louvor dos que praticam o bem."
Esse verso é uma continuação do raciocínio do
anterior. A submissão devida ao rei deve ser também cumprida diante dos
seus emissários. Aqui está o princípio da representatividade. O
representante de um governante deve ser respeitado como se o próprio
soberano estivesse ali presente. Por analogia, lembremo-nos de que tal
princípio é aplicado quando somos enviados por Deus para executar
determinada missão ou quando exercemos autoridade em nome de Jesus. O
texto nos mostra ainda, que a autoridade está habilitada a recompensar
seus subordinados de acordo com a atitude de cada um. Nisso está um
reflexo da justiça divina.
2:15 - "Porque assim é a vontade de Deus, que, pela prática do bem, façais emudecer a ignorância dos insensatos."
Deus se coloca como avalista da autoridade civil. A
vontade divina é o pano de fundo da autoridade humana. Logicamente, essa
relação se desfaz quando o governante pratica a injustiça. Entretanto,
se tal coisa acontecer, o cristão não estará dispensado de continuar
sujeito às regras justas de tal governo. No nosso caso, por exemplo, se
determinado presidente da república desviar o dinheiro público, isso não
nos dá o direito de sonegar o imposto de renda. Outro aspecto
interessante do versículo é a ênfase colocada no aspecto prático da vida
cristã. Não nos será suficiente a profissão de fé, ou a declaração de
dogmas. A vontade de Deus culmina na prática. Como disse Tiago, "a fé
sem obras é morta." Nossas palavras podem surtir diversos efeitos, mas
chegam a um ponto e não podem mais avançar. Aí então faz-se
imprescindível a demonstração prática de tudo o que declaramos. Esta é a
lição de vida que precisamos ministrar diariamente a todos os que nos
rodeiam. O efeito, a princípio, será emudecer nossos opositores. Se
fazemos o bem, não terão de quê nos acusar. Este é o resultado inicial. O
texto não vai além desse ponto, mas sabemos que tal testemunho deverá
trazer ainda efeitos positivos, tais como a conversão de tais
insensatos. Pedro está nos ensinando uma estratégia que deve ser usada
diante da oposição. É uma tática aparentemente estranha. É natural que
queiramos combater, discutir, protestar diante da "ignorância dos
insensatos". Entretanto, Pedro nos diz que devemos nos armar com a
prática do bem. Mais uma vez se evidencia o contraste entre o que seria a
reação carnal e a reação espiritual diante da oposição humana.
2:16 - "Como livres que sois, não usando, todavia, a liberdade por pretexto da malícia, mas vivendo como servos de Deus."
O versículo 16 trabalha com uma antítese : a
liberdade e a servidão. O cristão é livre, mas é também servo.
Entretanto, devemos nos lembrar de que não existe liberdade absoluta.
Nunca existiu para ninguém em tempo algum. Nem Deus é absolutamente
livre. Pode parecer estranha a declaração, mas, de fato, Deus está
limitado pelo seu caráter, pela sua palavra e pela sua justiça. Ele não
pode fazer algo que contrarie os princípios que ele mesmo determinou.
Quanto a nós, temos liberdade em Cristo. O próprio complemento nominal
"em Cristo" já limita nossa liberdade. Não quero dizer que tal liberdade
é insuficiente. De modo nenhum, mas precisamos nos conscientizar dos
nossos limites, que por Deus foram delineados para nossa própria
proteção. É, portanto, equivocada a posição de quem, apelando para a
liberdade cristã, se diz liberado da sujeição às autoridades. Pedro
adverte para o uso que se faz da liberdade. Este foi um dom de Deus para
os cristãos, mas a nossa parte é o uso que fazemos do dom. Assim, Deus
nos dá uma benção, mas podemos desvirtuá-la através da maneira como a
utilizamos. O texto nos dá a entender a presença da natureza pecaminosa
no cristão, quando menciona a malícia, que está presente em nós, apesar
de convertidos, e espera apenas um pretexto para se manifestar. Pensando
no trecho de forma global, entendemos que o cristão que é insubmisso às
autoridades civis está deixando sua velha natureza se manifestar em seu
modo de vida. A palavra do Senhor através de Pedro é no sentido de nos
empenharmos na prática do bem, cultivando o "modus vivendi" próprio do
cristianismo.
2:17 - "Tratai a todos com honra, amai aos irmãos, temei a Deus, honrai ao rei."
A vida cristã deve se refletir em nosso
relacionamento vertical, com Deus, e em nossos relacionamentos
horizontais, com as autoridades, com os irmãos e, finalmente, com todas
as pessoas. Pedro não deixa ninguém de fora. Caso contrário, poderíamos
querer enumerar algumas exceções de conformidade com nossas preferências
ou incompatibilidades.
B) PROCEDIMENTO CRISTÃO NAS RELAÇÕES DE
TRABALHO (2:18-20)
VISÃO GERAL DO TEMA
Grande parte de nossas vidas passamos no ambiente de
trabalho. Esse é, portanto, um importante setor da vida humana.
Precisamos aplicar às relações de trabalho os princípios cristãos como
em todas as outras áreas de nossas vidas. Com relação ao trabalho surgem
questões diversas porque estamos diante de um ponto crítico das
relações humanas. No trabalho emergem problemas relacionados à justiça,
ao dinheiro, à honestidade, à fidelidade, etc..
2:18 - Servos, sede submissos, com todo o temor aos vossos senhores, não somente aos bons e cordatos, mas também aos perversos;"
É interessante observarmos que o
cristianismo não se propôs a ser um fator de alteração na ordem social
vigente. Cristo não se opôs à escravidão, nem os apóstolos o fizeram.
Pelo contrário, nesse texto, Pedro aconselha os servos, ou seja, os
escravos, a continuarem sujeitos aos seus senhores. Da mesma forma,
Paulo aconselhou o escravo Onésimo a retornar ao seu senhor Filemom.
Entretanto, o mesmo Paulo disse que os servos que pudessem adquirir sua
liberdade de modo lícito, não deveriam perder tal oportunidade (I Cor.
7:21). Aqueles que não o pudessem deveriam, conforme o versículo em
análise, continuar em sujeição, como cristão exemplares. É bom
observarmos que o autor está se dirigindo a cristãos da camada mais
baixa da sociedade. Isto nos leva a considerar que o evangelho não tem
por objetivo trazer a prosperidade no sentido materialista do termo. Os
escravos se convertiam e continuavam sendo escravos. Isto não fazia
deles cristãos de segunda ou terceira classe. O mais importante é não
sermos servos de Satanás. Aí está uma das questões vitais do evangelho e
do cristianismo. Finalizando, Pedro mostra que o servo cristão não está
dispensado de obedecer ao patrão incrédulo. Mais uma vez está eliminada
a exceção que poderíamos inventar.
2:19 - "Porque isto é grato, que alguém suporte tristezas, sofrendo injustamente, por motivo de sua consciência para com Deus."
Novamente, Pedro nos coloca uma questão
que contrata com a noção geral do cristianismo. O cristão estará triste
algumas vezes. A vida cristã não é, necessariamente, um estado constante
de alegria e contentamento. A tristeza e o sofrimento fazem parte desse
caminho que escolhemos trilhar. Um dos motivos de sofrimento será a
perseguição injusta que muitas vezes será empreendida contra nós. E um
dos lugares mais propícios para esse acontecimento é o local de
trabalho, principalmente quando nos negamos a participar de um evento ou
até nos opomos a cumprir determinada ordem a fim de resguardar nossa
consciência e nossa comunhão com Deus.
2:20 - "Pois, que glória há,
se, pecando e sendo esbofeteados por isso, o suportais com paciência?
Se, entretanto quando praticais o bem, sois igualmente afligidos e o
suportais com paciência, isto é grato a Deus."
Vemos nesse texto que todos serão esbofeteados
nessa vida, seja por causa do pecado, seja por causa da justiça. Já que
não haverá escape, escolhamos o sofrimento pela prática do bem, pois,
esse nos trará recompensa diante de Deus.
C) PROCEDIMENTO CRISTÃO NA VIDA CONJUGAL (3:1-7)
VISÃO GERAL DO TEMA
Estamos diante de mais um ponto crítico
da vida humana. O matrimônio é o encontro de uma das maiores
necessidades humanas e também um de seus maiores desafios. O casamento
pode ser um dos maiores motivos de felicidade do ser humano, mas pode
tornar-se também um de seus maiores pesadelos. As autoridades civis
mudam de tempo em tempo. O ambiente de trabalho pode ser também ser
trocado. As relações conjugais, porém, não têm essa versatilidade. Um
matrimônio mal iniciado ou mal conduzido pode marcar indelevelmente a
vida das pessoas envolvidas.
3:1 - Mulheres, sede vós,
igualmente, submissas a vossos próprios maridos, para que, se alguns
deles ainda não obedecem à palavra, sejam ganhos, sem palavra alguma,
por meio do procedimento de suas esposas."
Em toda relação deverá haver o princípio da
liderança, que, por sua vez, implicará em autoridade e submissão. Isso
não significa superioridade ou inferioridade entre as partes. É uma
questão de organização para que haja funcionamento produtivo. Por
exemplo, o cérebro controla o funcionamento do coração, mas isto não
significa que o coração seja menos importante que o cérebro na vida do
organismo. Ambos são vitais e indispensáveis. Entretanto, o coração não
pode controlar o funcionamento do cérebro. Não obstante, o cérebro não
funcionará sem que o coração lhe forneça a devida irrigação sangüínea.
Na vida conjugal, Deus determinou que o homem é o cabeça. O marido é o
cérebro. A mulher é o coração. No versículo em questão, Pedro diz que,
assim como os servos devem ser submissos aos seus senhores, "igualmente"
as mulheres devem ser sujeitas aos seus respectivos maridos. O texto
mostra que as mulheres cristãs que possuem maridos ímpios não estão
dispensadas de sua sujeição a eles. Não devem também se posicionar como
superiores na tentativa de lhes impor a pregação do evangelho. Sua
mensagem deve ser através de sua vida irrepreensível.
3:2 - "ao observarem o vosso honesto comportamento cheio de temor."
A mensagem que se prega pela prática do
bem tem longo alcance. Até aqueles que não nos dão oportunidade de falar
estão sempre observando nossa maneira de viver. O temor do Senhor é
colocado como o motivo da comportamento honesto.
3:3 - "Não seja o adorno das esposas o que é exterior, como frisado de cabelos, adereços de ouro, aparato de vestuário;"
Pedro não proíbe o adorno exterior, como
muitos interpretam, mas ensina que este não deve ser o ilusório
substituto da beleza interior.
3:4 - "seja, porém, o homem
interior do coração, unido ao incorruptível de um espírito manso e
tranqüilo, que é de grande valor diante de Deus."
O versículo chama nossa atenção para
valores que agradam a Deus. Se as esposas colocarem como prioridade e
alvo os valores espirituais, conseqüentemente agradarão seus maridos.
3:5 - "Pois foi assim também que a
si mesmas se ataviaram outrora as santas mulheres que esperavam em Deus,
estando submissas a seus próprios maridos."
Nesse ponto, o autor apela para o exemplo
das mulheres do passado. O exemplo é um eficiente meio de ensino.
Muitos relatos históricos da Bíblia têm o objetivo de servir como
exemplo para nossas vidas.
3:6 - "Como fazia Sara, que
obedeceu a Abraão, chamando-lhe senhor, da qual vós vos tornastes
filhas, praticando o bem e não temendo perturbação alguma."
Normalmente, Abraâo é citado como exemplo
de fé. Nesse texto, Sara é mencionada como exemplo para outras servas
de Deus. Sua posição de obediência a seu marido era tal que ela lhe
chamava de senhor. Entendemos por esse texto a amplitude do significado
da submissão da mulher ao esposo.
3:7 - "Maridos, vós, igualmente,
vivei a vida comum do lar, com discernimento; e, tendo consideração para
com a vossa mulher como parte mais frágil, tratai-a com dignidade, por
isso que sois juntamente herdeiros da mesma graça de vida, para que não
se interrompam as vossas orações."
Agora, Pedro passa a se referir aos
esposos. Os deveres conjugais não pesam apenas sobre a esposa. O marido
também deve observar uma série de normas. O fato de estar em posição de
autoridade não o autoriza a abusar dessa autoridade. A esposa não deve
ser tratada como alguém inferior. O autor recomenda o uso do
discernimento e consideração no tratamento conjugal. A mulher é
apresentada aqui como igual ao homem no que diz respeito à vida
espiritual. E esse setor ficará prejudicado se não houver uma relação
conjugal de entendimento e respeito.
D) PROCEDIMENTO CRISTÃO NA VIDA COMUM (3:8-12)
VISÃO GERAL DO TEMA
3:8 - "Finalmente, sede todos de igual ânimo, compadecidos, fraternalmente amigos, misericordiosos, humildes,"
A vida cristã não diz respeito apenas ao
nosso relacionamento com Deus, mas também se aplica aos nossos
relacionamentos humanos. Nesse versículo são mencionados fatores
indispensáveis ao bom andamento das nossas relações : ânimo, compaixão,
amizade (amor fraternal), misericórdia e humildade.
3:9 - "não pagando mal por
mal, ou injúria por injúria; antes , pelo contrário, bendizendo, pois
para isto mesmo fostes chamados, a fim de receberdes bênção por
herança."
Nesse ponto, aprendemos que nossa maneira
de tratar os outros não deve ser sempre um reflexo do tratamento que
recebemos. Continuando o pensamento do verso anterior, os fatores ali
mencionados devem continuar sendo aplicados, mesmo que as outras pessoas
não estejam agindo dessa forma. O texto mostra um tipo de vida que está
na contra-mão da mentalidade do mundo. Tal ensinamento está totalmente
coerente com o Sermão da Montanha, onde Jesus manda que amemos os nossos
inimigos. Pagar o mal com o bem é a forma determinada por Deus para
impedir que o mal continue se multiplicando indefinidamente. Quando o
mal é feito contra o cristão, este deve colocar um ponto final na
trajetória do mal e iniciar o fluxo do bem. Se nos deixarmos levar pelo
desejo de vingança, entraremos em um ciclo vicioso : a vingança gerará
vingança, violência gerará violência, até que alguém resolva interromper
esse processo maligno através do perdão. É interessante notarmos que,
quem age dessa forma, receberá, por isso, um galardão da parte do
Senhor. Novamente nos vem à lembrança o Sermão da Montanha :
"Bem-aventurados os pacificadores porque eles serão chamados filhos de
Deus."
3:10 - "Pois quem quer amar a vida e ver dias felizes, refreie a sua língua do mal e evite que os seus lábios falem dolosamente;"
Quem quer ? São muitos os que querem.
Querem que a sorte lhes sobrevenha. Querem que coisas boas lhes
aconteçam. Querem ser felizes e bem sucedidos. Todos querem muitas e
muitas coisas. Mas como se pode alcançar tudo isso ? Não será por obra
do acaso. Quem quer colher bons frutos deve plantar boas sementes. Quem
quer uma vida feliz tem algumas providências a tomar : refreiar sua
língua. Muitos males na vida humana ocorrem na seguinte seqüência :
primeiro ocorre um pensamento, depois fala-se na questão, a seguir
passa-se para a prática. Os pensamentos são de difícil controle. Alguns
vêm de modo imprevisível e não podem ser evitados, mas devem ser
repudiados imediatamente. Quando chegamos a falar o mal, é porque já o
alimentamos em nossos corações. E como "as más conversações corrompem os
bons costumes", o próximo passo será cometer o ato pecaminoso. Pedro
nos aconselha a refrear nossas línguas. Assim, evitaremos muitos males
em nossas vidas.
3:11 - "aparte-se do mal, pratique o que é bom, busque a paz e empenhe-se por alcançá-la."
A vida cristã nos apresenta desafios.
Alguns dizem respeito ao que devemos evitar. São as proibições que a
Bíblia contém. Entretanto, o cristão não deve ser conhecido apenas por
deixar de fazer isso ou aquilo. Se deixamos a prática do mal, devemos
nos aplicar na prática do bem, pois, "quem sabe fazer o bem e não o faz
comete pecado." Acho que nossos maiores erros estão vinculados a essa
questão. Não fumamos, não bebemos, não prostituímos, não matamos, nem
roubamos. Mas, em compensação, não evangelizamos, não ajudamos, não
oramos, não lemos a Bíblia, etc. Se derrubamos uma árvore má, devemos
plantar uma árvore boa em seu lugar. Se deixamos o mal, devemos praticar
o bem. O texto usa as palavras : pratique, busque e empenhe-se. Vemos
aí subentendida a questão da persistência que devemos ter na vida
cristã, mesmo diante das dificuldades que se apresentarem.
3:12 - "Porque os olhos do
Senhor repousam sobre os justos e os seus ouvidos estão abertos às suas
súplicas, mas o rosto do Senhor está contra aqueles que praticam males."
Tudo o que dissemos deve ser relacionado com esse último
versículo. O Senhor está atento às nossas vidas, e nos dará a recompensa
de acordo com os nossos atos.BIBLIOGRAFIA
BÍBLIA SAGRADA
Versão Revista e Atualizada - Tradução de João Ferreira de Almeida
Sociedade Bíblica do Brasil
Saia do aprisco vá para o campo...
No campo ou no Aprisco??
"Em
verdade, em verdade vos digo: o que não entra pela porta no aprisco das
ovelhas, mas sobe por outra parte, esse é ladrão e salteador. Aquele,
porém, que entra pela porta, esse é o pastor das ovelhas. Para este o
porteiro abre, as ovelhas ouvem a sua voz, ele chama pelo nome as suas
próprias ovelhas e as conduz para fora. Depois de fazer sair todas as
que lhe pertencem, vai adiante delas, e elas o seguem, porque lhe
reconhecem a voz; mas de modo nenhum seguirão o estranho; antes, fugirão
dele, porque não conhecem a voz dos estranhos. Jesus lhes propôs esta
parábola, mas eles não compreenderam o sentido daquilo que lhes falava."
[João 10: 1-6]
O
período veterotestamentario (Velho Testamento), constantemente
apresenta Jesus como o bom Pastor e os seres humanos como ovelhas de Seu
pasto (Ez. 34:6-31; Jr. 23:1-3). Partindo desse entendimento,
penetrando no período neotestamenteario (Novo Testamento), propriamente
no evangelho de João capítulo 10, se contempla uma reflexão
confrontadora.
Jesus
traz uma parábola onde se apresenta como o verdadeiro Pastor, aquele
que conduz as ovelhas. Ele diz: “as ovelhas ouvem a sua voz, ele chama
pelo nome as suas próprias ovelhas e as conduz para fora” – Jo. 10:3.
Observe
que o texto diz que Jesus conduz as ovelhas para fora. No entendimento
de muitos isso soa estranho, pois ao longo dos anos foi ensinado que
Cristo somente chama para dentro do aprisco (igreja). Definitivamente
tal entendimento não está completamente correto, falta algo, “...as
conduz para fora...”.
O
texto continua descrevendo os procedimentos corretos a respeito da
jornada fora do aprisco. Diz: “Depois de fazer sair todas as que lhe
pertencem, vai adiante delas, e elas o seguem, porque lhe reconhecem a
voz” – Jo. 10:4.
A
igreja do século 21 tem criado subterfúgios para se esquivar do chamado
missionário. Contudo, o versículo é claro, não são algumas ovelhas que
foram chamadas para fora, todos que são ovelhas de Cristo tem que sair
do aprisco, “...fazer sair todas...”.
A
jornada para fora do aprisco não é uma iniciativa desordenada. Não pode
ser entendida como uma aventura qualquer. Não pode ser feito segundo a
vontade das ovelhas. O versículo afirma que Jesus Cristo “...vai adiante
delas, e elas o seguem...”. Ele conduz as ovelhas fora do aprisco.
Os
que ouviam essa parábola não entenderam o que Cristo quis dizer, pois
na verdade não queriam renunciar o conforto do aprisco. O texto diz:
“Jesus lhes propôs esta parábola, mas eles não compreenderam o sentido
daquilo que lhes falava” – Jo. 10:6.
Existem aquelas ovelhas que não vão querer sair do aprisco. Tal atitude é compreensível se for admitido duas alíneas:
1) essas são ovelhas que sofrem da síndrome do comodismo;
2) essas são ovelhas tão doentes que não conseguem andar espiritualmente.
Chamados
para fora é sinômino de saúde espiritual. Para se entender tal
afirmação reporte a memória e lembre-se de uma viagem que tenha feito a
fazenda de algum parente. A maior parte do dia o gado fica fora do
curral, exceto o animal que esteja muito doente e não consiga andar. Da
mesma maneira é na igreja (aprisco), só não saem para o pasto (campo
missionário) àqueles que estão doentes espiritualmente.
Na
subseqüente explicação de Jesus sobre a parábola que havia proferido,
diz: “Eu sou a porta. Se alguém entrar por mim, será salvo; entrará, e
sairá, e achará pastagem” – Jo. 10:9. A afirmação de Cristo é de fácil
entendimento para aqueles que vivem missões, porém de dificílimo
assimilação para aqueles que são “parasitas” do cristianismo.
Ao
participar de algum trabalho missionário os que saem para evangelizar,
visitar e discipular são os mesmos que são alimentados, porque
“...sairá, e achará pastagem”. Relembre aquela viagem na fazenda de
parentes, observe que não há nenhum capim dentro do curral, o pasto é
fora. O alimento fica além das cercas.
Jesus
nos conduz com segurança para fora, nos dirige de volta ao aprisco no
final do dia e faz-nos repousar em paz. No dia seguinte Ele chama Suas
ovelhas para fora novamente, e assim, sucessivamente, dia após dia.
As
ovelhas de Cristo Jesus entendem que são chamadas para fora. O Pastor
convida os seus para uma jornada onde os maiores beneficiados são
aqueles que vão além das quatro paredes.
Que Deus nos ajude!
Pr. Vinícius O. S. Guimarães.
FONTE: Missão Tocando as Nações.
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